Vacina da COVID-19 deixou mulher sem andar em Portugal
Depois de tomar a segunda dose da vacina da Pfizer, Lucia deixou de andar. Ainda pediu ajuda ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas não teve resposta em tempo útil. Desde então gastou cerca de 140 mil euros em hospitais privados e, por isso mesmo, decidiu dar entrada com um processo contra três entidades: Ministério da Saúde, Infarmed e Pfizer.
PORTUGAL
Depois de tomar a segunda dose da vacina da Pfizer, Lúcia Martins deixou de andar. Ainda pediu ajuda ao Serviço Nacional de Saúde (SNS), mas não teve resposta em tempo de possivelmente impedir que deixasse de andar.
Desde então, Lúcia gastou 140 mil euros em hospitais privados e pela falta de interesse das autoridades e da farmacêutica, decidiu interpor um processo contra três entidades: Ministério da Saúde, INFARMED e Pfizer.
INFARMED é a sigla para Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde em Portugal. É responsável por regular e supervisionar os setores de medicamentos, dispositivos médicos e outros produtos de saúde, como cosméticos, produtos de higiene, entre outros.
Lúcia afirma em entrevista para a CNN de Portugal, que "na segunda dose da vacina começaram as dores musculares. Estaria tudo bem, não começassem a intensificar de dia para dia, com pés a escaldar, com cãibras noturnas, com dificuldades de marcha, muito cansaço... e tudo se foi intensificando".
Mesmo não sendo o que se convencionou chamar de "negacionista", Lúcia tem certeza do que aquilo que aconteceu ao seu corpo, deve-se à vacina, que teve de tomar por questões profissionais.
Entre os vários sintomas iniciais, estariam dores musculares e cansaço. Contudo, passados cerca de dois meses da data em que tomou a vacina, começou a andar com a ajuda de muletas. Atualmente, Lúcia deixou de ser autônoma e tem que se locomover de cadeira de rodas.
Por tudo o que lhe aconteceu, Lúcia decidiu recorrer a uma médica de medicina interna do Hospital da Cruz Vermelha de Lisboa, tendo sido encaminhada para neurologia. No Hospital da CUF Tejo deram-lhe o inesperado diagnóstico: "A doente tem sofrido de um processo de doença imunológica, que tem atingido sucessivamente várias estruturas do sistema neurológico, com envolvimento inicial dos músculos e, posteriormente, dos nervos periféricos e de estruturas centrais medulares, levando aos diagnósticos de miopatia inflamatória grave, polineuropatia axonal de predomínio sensitivo e de mielite".
A mielite transversa é um dos efeitos secundários, da vacina, reconhecidos pela Agência Europeia do Medicamento (EMA), mesmo que apenas com uma frequência de um a cada quatro casos por milhão de vacinas, ou seja, o mesmo que dizer - segundo eles - no máximo esse quadro ocorre em 0,0004% dos casos.
Os exames complementares, não detectaram qualquer outra possível causa além da toma das duas doses da vacina da Pfizer. Já a Cruz Vermelha Portuguesa confirma que não se pode excluir um "nexo de causalidade", entre a toma da vacina e o surgimento dos sintomas.
Mesmo diante do agravamento do estado de saúde de Lúcia, o Sistema Nacional de Saúde Portugues (SNS), segundo a família, não teria supostamente dado uma resposta eficaz, mesmo porque as consultas demoravam mais de um ano. A família também supostamente esteve 24 meses, à espera de um certificado de multiusos (uma espécie de licença médica por invalidez). A luta pela recuperação custou, no total, 140 mil euros, esgotando com "todas as reservas de uma vida", conta o marido de Lúcia.
Consultado, o INFARMED informou que o assunto era da competência da Direção Geral da Saúde (DGS). Também o Ministério da Saúde. indicou que a família procurasse a Autoridade do Medicamento, mas Lúcia continua sem respostas, no meio de um fogo cruzado de responsabilidades, onde uma instituição culpa a outra sem nada resolver.
Em resposta à CNN Portugal, o INFARMED descartou qualquer problema com os dois lotes das vacinas tomadas por Lúcia Martins, informando que nesses dois lotes, teve 492 notificações de casos suspeitos indicados como reações adversas. Só não foi informado, quantas vacinas compõem cada lote, para fins de cálculos taxa de morbidade.
Já a Pfizer - como era de esperar - não quer comentar o caso, lembrando que situações como a da Lúcia Martins, já estão sendo tratadas na justiça, onde serão resolvidas.