O chororô da esquerda americana

É estranho ver a esquerda americana, que, assim como suas co-irmãs do resto do mundo, tanto defende a apuração de quem atenta contra a "democracia" (deles) e a "soberania", alegar que a investigação daqueles que usaram o sistema judicial para claramente tentar tirar Donald Trump das eleições presidenciais passadas, é "abuso de poder" e fato "preocupante" para a estabilidade das instituições. O lema deles é: aos amigos tudo, aos inimigos, os rigores da lei. Agora, só lhes resta chorar.

MUNDO

Manoel Oliveira

9/27/20254 min ler

Para Donald Trump , a acusação do ex-diretor do FBI e antigo inimigo James Comey foi "justiça na América", porém, observadores jurídicos (obviamente, democratas), vêem algo muito mais preocupante.
Ex-republicano nomeado para liderar o departamento por Barack Obama, posteriormente, mantido por Trump até ser demitido em 2017, Comey foi indiciado por acusações relacionadas a supostamente mentir para o Congresso há cinco anos, durante uma audiência sobre a investigação do FBI, sobre a interferência da Rússia nas eleições de 2016.
As acusações foram apresentadas no distrito leste da Virgínia, somente depois que Erik Siebert foi forçado a deixar o cargo de procurador dos EUA, por, supostamente, não encontrar fundamentos para indiciar Comey.
O Departamento de Justiça o substituiu por um apoiador de Trump, mas com pouca experiência em promotoria, Lindsey Halligan, e logo depois, o grande júri indiciou Comey por uma acusação de fazer declarações falsas ao Congresso, somada a uma acusação de obstrução do processo.
É certo que Donald Trumpfoi vítima de uma brutal perseguição pelo stablishment, 
A acusação é o mais recente sinal, de que o presidente está cumprindo sua promessa de "transformar nosso sistema de justiça em uma arma para punir e silenciar seus críticos", segundo disse o senador Mark Warner, da Virgínia, o principal democrata no comitê de inteligência do Senado.
“Esse tipo de interferência é um abuso de poder perigoso. Nosso sistema depende de promotores tomando decisões com base em evidências e na lei, não em ressentimentos pessoais de um político determinado a acertar contas”, disse Warner. Será que esse mesmo democrata, sabe o que está ocorrendo no Brasil? O sistema legal de qualquer país, independentemente qual seja ele, é baseado em um sistema de evidências, provas e contraprovas, mas, sobretudo, na lei. Nesse aspecto, os EUA não é diferente de qualquer país democrático do bloco ocidental.
O sósia do ex-presidente do STJ, Luiz Roberto Barroso, Adam Schiff, senador democrata e ex-promotor federal, que desempenhou um papel de liderança no primeiro impeachment de Trump, disse no X que "nunca havia testemunhado um abuso tão flagrante do departamento de justiça", chamando-o de "pouco mais que um braço da campanha de retaliação do presidente".
Em uma carta à procuradora-geral Pam Bondi, os democratas do comitê judiciário do Senado descreveram a demissão de Siebert e a acusação de Comey, como "os últimos passos nos esforços do presidente Trump para transformar a principal agência de aplicação da lei do país em uma arma focada em punir seus inimigos".
O principal democrata da Câmara, Hakeem Jeffries, disse que era uma "loucura para mim" que Trump estivesse tentando uma "acusação maliciosa" contra Comey, já que a retomada pública da investigação sobre o uso de e-mail de Hillary Clinton pelo chefe do FBI, dias antes da eleição de 2016, é vista como sendo fundamental para a vitória de Trump, naquela ocasião.
"Essas acusações serão rejeitadas. James Comey vencerá no tribunal. Mas o que isso reflete é um ataque mais amplo ao Estado de Direito que deveria assustar todos os americanos, sejam eles democratas, independentes ou republicanos", disse ele no Capitólio.
Mike Zamore, diretor nacional de política e assuntos governamentais da União Americana pelas Liberdades Civis, disse que Donald Trump, mina "o Estado de Direito a todo momento, ameaçando indivíduos que se manifestam contra ele e prendendo, investigando e processando autoridades eleitas do partido de oposição e outros que o desagradam, o presidente e seu governo corromperam nosso sistema de justiça para transformar sua campanha de retaliação em realidade”, acrescentando, que a pressão pública do governo para indiciar Comey equivale a “um abuso grotesco do poder presidencial”.
Eric Swalwell, congressista democrata e membro do comitê judiciário da Câmara, disse: "Eu prometo a vocês que, quando os democratas estiverem na maioria, vamos analisar tudo isso, e haverá responsabilização, e as licenças de advogados estarão em jogo em sua jurisdição local se você estiver indiciando pessoas corruptamente, sem poder provar o caso além de qualquer dúvida razoável."
Norman Eisen, presidente executivo do grupo Fundo de Defensores da Democracia (Democracy Defenders Fund), alertou que a acusação coloca “a segurança de todos os americanos e a nossa própria segurança nacional em perigo. Esta acusação tem todas as características de uma acusação vingativa e sem mérito, digna apenas dos Estados totalitários aos quais os Estados Unidos costumavam se opor”. Isso vai muito além de James Comey, pois "trata-se do direito de todo cidadão de viver livre da perseguição de seus próprios líderes. Criticar nossos líderes é um direito fundamental, independentemente de quanto eles não gostem disso", disse ele.
Trump passou as horas desde que a acusação de Comey foi anunciada insultando-o pela sua rede no Truth Social, chamando-o de "um dos piores seres humanos aos quais este país já foi exposto" na noite de quinta-feira (26/09) e "um policial sujo" na manhã de sexta-feira (27/09).
Seus aliados adotaram seu argumento, embora não seu tom. “Comey demonstrou total arrogância e falta de vontade de cumprir a lei”, disse Ted Cruz, o senador republicano cuja conversa com o ex-diretor do FBI em uma audiência de 2020 é o tema das alegações.
Chuck Grassley, presidente republicano do comitê judiciário do Senado, disse: “Se os fatos e as evidências apoiam a conclusão de que Comey mentiu para o Congresso e obstruiu nosso trabalho, ele deve ser responsabilizado”.
“Repitam comigo, democratas: ninguém está acima da lei”, disse Mike Davis, um importante defensor jurídico de Trump, ecoando uma frase frequentemente usada pelos democratas, quando Trump e seus aliados enfrentavam processos antes de sua vitória eleitoral no ano passado. “Estamos apenas começando esta acusação hoje”, disse Davis. “A situação vai piorar muito para os democratas.

Quando a esquerda chora