Governo português afirma que não há mais propostas às forças de segurança e aumenta a tensão

O governo português, através do seu primeiro-ministro Luís Montenegro, da Aliança Democrática (AD), afirmou que não aumenta a proposta de aumento feita às forças de segurança (PSP e GNR). O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa, tenta colocar panos quentes, dizendo que o diálogo estará sempre aberto. Policiais e sindicatos, não vêem com bom olhos essa posição.

PORTUGAL

José Rodrigues

7/2/20242 min ler

Após o pronunciamento do primeiro-ministro Luís Montenegro, em que este destacou que o governo não iria alocar mais recursos à proposta destinada às forças de segurança, uma série de reações emergiram de diversos setores.

O secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, acusou Montenegro de falhar em cumprir uma de suas promessas eleitorais, ao passo que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou confiança na continuidade do diálogo. Os sindicatos, por outro lado, demandaram um comprometimento maior do governo.

Montenegro enfatizou que, dado o "esforço medonho" já realizado, o governo estaria aberto apenas a ajustes no acordo existente e não no valor proposto. Marcelo Rebelo de Sousa se manteve otimista, quanto à manutenção da segurança pública, enquanto Pedro Nuno Santos lamentou a incapacidade do primeiro-ministro, de atingir um acordo com as forças de segurança.

André Ventura, presidente do partido Chega e Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda, apresentaram perspectivas divergentes, com o primeiro acusando o governo de negligência e a segunda defendendo alocações equitativas de subsídios como solução para pacificar o setor.

Os sindicatos expressaram descontentamento com as declarações vistas como "provocatórias" do primeiro-ministro, enfatizando a necessidade de uma "vontade de fazer mais". O Sindicato Nacional de Oficiais de Polícia considerou que os 400 euros propostos seriam viáveis se acompanhados de reestruturações que resultassem em economia de recursos, os quais poderiam ser redirecionados para aumentos salariais. Similarmente, o Sindicato dos Profissionais da Polícia acusou o governo de tentar instigar a opinião pública contra os policiais, criticando a ausência de um aumento salarial que reconheça adequadamente o risco profissional.

As negociações entre o governo e representantes sindicais revelaram-se infrutíferas até o momento, marcadas pela proposta do Ministério da Administração Interna de elevar o suplemento de risco de 100 para 400 euros até 2026, mantendo também uma componente variável. Esta proposta foi vista como insuficiente pelos sindicatos, que continuam a reivindicar reconhecimento e valorização justa diante dos riscos inerentes às suas profissões.