Começa a caça às bruxas de Trump
Vento que venta lá, venta cá; Já diz o velho ditado. Agora a bola está com Trump. Demorou um pouco, mas agora ele correrá atrás - um por um - dos (as) promotores (ras) democratas, entre outro (as), como Letitia James, procuradora-geral de Nova York e o senador Adam B. Schiff, democrata da Califórnia, que tentaram fazer com que ele fosse preso e não concorresse às eleições presidenciais, pela sucessão de Joe Biden. O Departamento de Justiça americano emitiu uma intimação, para verificar os registros relacionados ao histórico de viagens de Fani T. Willis, promotora distrital da Geórgia, que acusou o presidente Trump em um caso de interferência eleitoral.
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O Departamento de Justiça de Trump age contra promotora da Geórgia
O Departamento de Justiça emitiu uma intimação para registros relacionados ao histórico de viagens de Fani T. Willis, a promotora distrital da Geórgia que acusou o presidente Trump em um amplo caso de interferência eleitoral, de acordo com uma intimação do grande júri federal.
O escopo da investigação ainda não está claro. Também não está claro se Willis é o alvo do inquérito e se ela enfrentará acusações, já que os procedimentos do júri são sigilosos por lei e não pela vontade de um Juiz tirano, adepto do lawfare, como ocorre no STF brasileiro de Alexandre de Moraes.
Contudo, segundo informações contidas em um suposto documento obtido pelo The New York Times, há um indício de que o Departamento de Justiça do presidente Trump pode estar investigando outro de seus antigos inimigos. Na quinta-feira, o departamento Indiciou James B. Comey, ex-diretor do FBI, apesar da objeção de promotores de carreira, que consideraram ser as evidências insuficientes para sustentar as acusações.
Poucos dias antes, Trump criticou a procuradora-geral Pam Bondi, por não agir de forma mais agressiva para processar Comey, assim como Letitia James, procuradora-geral de Nova York, e o senador Adam B. Schiff, democrata da Califórnia.
No estado da Geórgia, os agentes federais estão investigando registros relacionados a viagens que - segundo eles, foram feitas por Willis ao exterior, na época das eleições do ano passado, mas cujos motivos não ficaram muito claros. A investigação está sendo conduzida pelo gabinete de Theodore S. Hertzberg, procurador-geral dos EUA para o Distrito Norte da Geórgia.
Jeff DiSantis, porta-voz de Willis, disse na sexta-feira que: "não temos comentários além do fato de não termos conhecimento de nenhuma investigação". O gabinete de Hertzberg não fez nenhum comentário imediato.
O processo que Willis moveu contra o Trump e seus aliados, acusando-os de montar uma "organização criminosa" (qualquer semelhança com o Brasil, é mera coincidência) para reverter os resultados das eleições de 2020 na Geórgia e subverter a vontade dos eleitores, está no limbo.
No ano passado, o tribunal estadual de apelações a desqualificou para supervisionar o caso, após revelações de que ela tinha um relacionamento pessoal com o advogado que havia contratado para conduzi-lo, Nathan Wade.
Os advogados de defesa acusaram Willis de "negociação", ao viajar com Wade em férias pelas quais ele supostamente havia pago, pelo menos em parte. Essas viagens ocorreram em 2022 e 2023, porém, a intimação atual busca detalhes sobre viagens ocorridas no outono de 2024, na época da eleição passada.
Na semana passada, a Suprema Corte da Geórgia se recusou a aceitar o recurso dela sobre a questão da desqualificação, o que torna improvável que o caso contra Trump e seus aliados prossiga em breve, ou mesmo que venha a prosseguir no futuro.
Após a decisão, Trump afirmou em uma publicação nas redes sociais que Willis e outros, que moveram ou tentaram mover processos criminais ou civis contra ele "agora são CRIMINOSOS que, espera-se, pagarão sérias consequências por seus atos ilegais". Trump tem pressionado cada vez mais o Departamento de Justiça, quebrando a tradição da agência em sempre manter qualquer presidente americano à distância. Na sexta-feira, ele previu que mais indiciamentos de "democratas radicais de esquerda corruptos", seriam feitos. “Haverá outros”, disse Trump aos repórteres ao deixar a Casa Branca para participar do campeonato de golfe Ryder Cup em Long Island. Os réus de Trump no caso da Geórgia, incluem Mark Meadows, ex-chefe de gabinete da Casa Branca; Rudy Giuliani, antigo advogado pessoal do presidente e David Shafer, ex-chefe do Partido Republicano na Geórgia.
A acusação original de múltiplas acusações, que foi entregue em agosto de 2023, acusava Trump e vários de seus aliados, de montar uma "organização criminosa" de extorsão, para reverter os resultados das eleições na Geórgia, estado no qual Trump perdeu por pouco em 2020. Parte da base para a acusação foi um telefonema que Trump fez em janeiro de 2021, para Brad Raffensperger, secretário de estado republicano da Geórgia, pedindo que "encontrasse" votos suficientes para anular os resultados das eleições. Trump teve que ir a Atlanta para ser preso na prisão da cidade, no ano de 2023 .
Willis é uma democrata, que foi reeleita em novembro do ano passado. Ela tem afirmado repetidamente que não fez nada de errado. Em um processo judicial de 2024, ela argumentou que “relacionamentos pessoais entre advogados — mesmo em lados opostos do litígio — não constituem conflitos de interesse inadmissíveis”. Em uma audiência judicial naquele ano, ela disse que havia pago sua parte do custo das viagens que fez com Wade."Não estou sendo julgada, não importa o quanto você tente me levar a julgamento", disse ela em determinado momento, enquanto era questionada no banco dos réus por um advogado de defesa.
O governo Trump buscou instalar aliados políticos, em diversos gabinetes de promotores federais e em vários processos, contornando as regras estabelecidas para tais nomeações. Contudo, Hertzberg é um funcionário antigo do gabinete do promotor federal em Atlanta, cuja nomeação interina foi tornada permanente no início deste mês, por juízes federais locais. Como todo país, os EUA também tem as suas carruptelas da moralidade. Escritas como forem, a diferença, é que nos EUA as consequências acabam chegando e, quase nunca ficam no esquecimento - leia-se, impunidade, como é o caso de quase todos os países sul-americanos, liderados pelo Brasil.Trump prometeu à época, que todos "os promotores sob minha responsabilidade agirão de forma decisiva e agressiva para expulsar criminosos perigosos de nossa comunidade”.
O grande dilema, que certamente será resolvido com o passar do governo Trump, é a classificação de quem seriam esses "criminosos", aos quais ele se referiu. Seriam aqueles que cometem crimes comuns ou aqueles que detém o poder da caneta e a usam em benefícios pessoais ou políticos?
A conferir.