A Palestina sobreviverá sem Israel
França, Grã-Bretanha e outros países, que reconheceram o Estado palestino nesta semana, dizem pretender salvar qualquer esperança, que ainda exista na fórmula apoiada internacionalmente, para acabar com o conflito de meio século entre israelenses e palestinos: um Estado de Israel em paz com um Estado palestino vizinho. Contudo, quase dois anos após o início da guerra devastadora na Faixa de Gaza, israelenses e palestinos dizem que a possibilidade de uma solução, que inclua os dois Estados, parece mais remota do que nunca. A campanha militar de Israel em Gaza devastou o enclave. Os assentamentos israelenses se tornaram cada vez mais entrincheirados na Cisjordânia. Nas pesquisas de opinião, o Hamas ainda conta com maior apoio entre os palestinos, do que uma liderança palestina mais moderada na Cisjordânia. Muitos líderes israelenses, incluindo o premier Benjamin Netanyahu, descartam a possibilidade de permitir a independência palestina. Na ausência de outra solução, esta posição deixará Israel governando milhões de palestinos indefinidamente.
MUNDO


Um Estado Palestino é viável?
Líderes de todo o mundo se reuniram em Nova York nesta segunda-feira (22/09), para apoiar a criação de um Estado palestino, apesar da oposição de Israel e dos EUA. Enquanto isso, a Faixa de Gaza já se aproxima da marca de dois anos de uma guerra, que não diferente de qualquer outro conflito, trouxe morte em massa, destruição e fome.
Nem se vai aqui discutir as razões de Israel defender-se de um grupo terrorista, infiltrado há décadas na faixa de Gaza, que tem como razão de existir, não apenas eliminar o Estado Judeu do mapa geopolítico, mas, sobretudo, extinguir o povo judeu e para isso não medem esforços ou maldades.
O Hamas somente trouxe morte e desgraça aos palestinos na faixa de Gaza. Não trouxe escolas, não trouxe prosperidade, riqueza ou qualquer benesse palpável, mas apenas uma doutrina doentia de eliminação étnica, algo que os judeus conhecem muito bem desde a segunda guerra mundial e farão de tudo para que aquele brutal genocídio nunca mais sequer seja cogitado.
Nesse clima, uma reunião de cúpula organizada pela França e pela Arábia Saudita antes da Assembleia Geral anual das Nações Unidas em Nova York, foi retratada como um esforço urgente para salvar a visão, já há muito adiada, de uma solução para o conflito israelense-palestino. Mas, à medida que Israel continua sua ofensiva em Gaza contra o Hamas e expande rapidamente seus assentamentos na Cisjordânia, a ideia parece mais distante do que nunca.
O presidente francês Emmanuel Macron, disse que era preciso "abrir caminho para a paz", sendo aplaudido por todos e de pé pela delegação palestina. “ - Hoje, a França reconhece o Estado da Palestina” e destacou declarações recentes de reconhecimento ainda não formalizadas, por parte da Grã-Bretanha, Canadá, Austrália, Portugal, Bélgica e vários outros.
O embaixador israelense nas Nações Unidas, Danny Danon, disse a repórteres, que Israel tomaria suas medidas em resposta aos anúncios de apoio. Ele recusou-se a dizer se isso significaria, como algumas autoridades israelenses sugeriram, a expansão de assentamentos ou anexações diretas no território que foi concebido como um Estado palestino.
A resposta de Israel, disse ele, seria anunciada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que discursará na reunião das Nações Unidas e se reunirá esta semana com o presidente Trump. Pelo teor das declarações de Israel, apesar de todas as menções e suporte ao reconhecimento do Estado palestino, isso não se concretizará sem medidas objetivas e, principalmente, como sempre ocorreu, com muitas negociações.