A Derrota de Macron e o Futuro Político Francês

Emmanuel Macron, presidente da França, enfrentou uma derrota significativa nas eleições do Parlamento Europeu, quando seu partido, o Renascimento (REM), obteve apenas 15,2% dos votos. Em contraste, o partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen, o Rassemblement National (RN), conquistou impressionantes 31,5% dos votos, mais que o dobro do REM. Qual será o futuro político da França?

MUNDO

Manoel Oliveira

7/1/20242 min ler

Emmanuel Macron esquerda francesa
Emmanuel Macron esquerda francesa

Emmanuel Macron, presidente da França, enfrentou uma derrota significativa nas eleições do Parlamento Europeu, quando seu partido, o Renascimento (REM), obteve apenas 15,2% dos votos. Em contraste, o partido de extrema-direita liderado por Marine Le Pen, o Rassemblement National (RN), conquistou impressionantes 31,5% dos votos, mais que o dobro do REM.

Diante desse cenário, Macron tomou uma decisão dramática, que muitos compararam a um "golpe", apesar de existir previsão legal para o ato: dissolveu o parlamento francês e convocou novas eleições. Essa medida, anunciada em um discurso televisionado no Palácio do Eliseu, surpreendeu a todos. A nova votação já ocorreu no domingo, dia 30 de junho (1º turno) e 7 de julho (2º turno), poucas semanas antes dos Jogos Olímpicos de Paris.

Macron justificou sua decisão afirmando que a ascensão dos nacionalistas, representa um perigo para a Europa. Ele não pode se resignar ao progresso da extrema direita “em todo o continente” e busca uma maioria clara para governar - segundo ele - com serenidade e harmonia.

Marine Le Pen, derrotada duas vezes por Macron nas eleições presidenciais, reagiu imediatamente à convocação das eleições antecipadas. Ela declarou que seu partido está "pronto para exercer o poder, pronto para pôr fim à imigração em massa".

Convocar eleições antecipadas é um enorme risco para Macron e para a estabilidade política na França. Embora o voto no parlamento europeu não tenha influência direta na política nacional, o presidente claramente percebeu que continuar seu mandato sem uma nova consulta popular, colocaria muita pressão no sistema. Agora, o país aguarda os resultados das urnas para definir o futuro político francês.

Calcula-se que a chamada ultradireita, deverá ter perto de 37% dos votos no primeiro turno da eleição legislativa da França para o Parlamento Europeu. A coalizão de esquerda, ecologistas e centro-esquerda 29%, já a coalizão de centro liderada por Macron, ficaria com 20%. O que restou da centro-direita, 7%. É o que dizem as prévias.

A provável derrota de Macron nas eleições europeias, coloca a política francesa em xeque e os próximos meses serão cruciais, para determinar os rumos do país e sua relação com o continente europeu e o mundo.